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terça-feira, 30 de junho de 2015

Canaveses - O registo fotográfico de um paraíso


Poderão ver estas e outras fotos no facebook, procurem pelo grupo Canaveses City!  E partilhem com os vossos amigos para dar a conhecer este cantinho de Portugal.

Post em atualização...

Para ver e conhecer mais do meu trabalho: 500px.com/RicardoRamos5








Aldeia de Émeres.




segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Região de Valpaços, por José Hermano Saraiva

Este é um video de 2001, apresentado pelo Professor José Hermano Saraiva, num dos mais ricos programas que já passou na televisão Portuguesa, o Horizontes da memória.
De facto foi curioso saber algumas particularidades, que desconhecia á cerca da região, mas também muita coisa ficou por contar, mas para contar tudo eram precisas muitas horas de programa.
A parte em que falam das minas, de facto em Canavezes, existem inclusive duas minas, na parte a Este da aldeia perto do cemitério. Até á data nunca soube de que se tratavam. Sabia que estavam cheias de agua, e sempre me disseram que eram para esse mesmo fim, a procura de agua. Mas na verdade, as terras em sí já são ricas e abundantes de água, além disso o rio passa mesmo perto e já para não falar da própria escavação das próprias minas, que ainda tem uns bons metros, não se justificaria serem só para exploração de água. Sendo assim segundo alguma teoria do video, poderia muito bem ter sido, para exploração de estanho ou ouro, apesar de ter algumas duvidas, quanto a esta ultima.

O filme falou e muito bem do "ouro" transmontano a azeite, sem deixar de ressalvar o vinho e a castanha.
Ainda assim julguei que se fosse focar mais na história em sí, que era algo que a mim particularmente me interessaria.
Falou também da riqueza arqueológica, que apesar de ser muita, está ao abandono. Os desertos de granito e floresta que se fala, têm se perdido, ao longo dos anos, por culpa dos incêndios. Ainda assim houve coisas que melhoraram desde 2001, as estradas por exemplo.



Ainda sobre o povo de trás os Montes. Visto que estudos recentes, demonstram que 20% da população portuguesa são de ascendência Judaica, e 10% Africana, somos talvez nós os transmontanos, os de linhagem dos celta mais pura. Pois devido á ocupação árabe, que se manteve durante imenso tempo mais para sul, no norte sempre foi terra de bravos guerreiros e gente de muito trabalho. E como o professor diz muito bem "Em trás os montes, fica mal, não trabalhar"

domingo, 4 de maio de 2014

Aldeia de Canaveses


A Aldeia de Canavezes.
por Ricardo Ramos
A freguesia de Canaveses encontra-se no extremo sul do concelho de Valpaços, fazendo fronteira com o concelho de Murça.

Tem como anexas, as aldeias de Cadouço e Émeres. É uma freguesia de povoamento remoto. Em seu redor, abundam vestígios castrejos nas zonas mais altas, tal como a apelidada "Cerca dos Mouros", já aqui referida neste blog.





Canaveses ou Canavezes, sempre foi uma aldeia ligada à agricultura. As pessoas viviam para trabalhar. Sabe-se que até meados do século XX, o povo, de classe social mais pobre, tinha poucas terras ou "prédios", como são designados também. Trabalhavam maioritariamente para classes sociais mais ricas. No caso particular de Canavezes, a casa "Lage" era a casa com mais poder, económico, social e de bens da aldeia, assim como o clero, neste caso o pároco ou padre, também tinha grande influencia nas pessoas, que por sua vez sempre foram muito ligadas à religião católica. Sendo que os padres e todas as entidades ligadas à igreja, sempre foram imensamente respeitadas pelas pessoas da região.


A Aldeia

A aldeia de Canavezes já remonta desde o século XIII, altura essa em que pertencia ao reitor de S.Pedro e Vales, província de Orelhão. Viria a pertencer a Chaves mais tarde, e só em 1853 faria parte oficialmente do concelho de Valpaços.
Desconfia-se que Canavezes tenha começado por ser uma aldeia muito pequena, sendo que o cemitério já teria sido num outro local, diferente do actual. Era um cemitério com pouca dimensão, o que remete a que tivesse havido poucas pessoas a habitar a aldeia propriamente dita. Só mais tarde por volta do ano de 1900 (data em dúvida), houve a necessidade de fazer um cemitério maior. Pensa-se que as pessoas se instalariam naquela zona, pelo facto de esta ser atraída pelos campos de boa colheita. As suas "olgas" férteis, estendem-se ao longo da aldeia, acompanhadas pelo rio, que atravessa a mesma de uma ponta à outra.
Com paisagens permanentes, e espectacularmente belas, fazem desta aldeia um pedaço do Reino Maravilhoso de Miguel Torga. Um reino esquecido num cantinho deste Portugal, um pedaço à parte, que só quem lá viveu, entende o que as palavras não conseguem transmitir.


Religião
O padre tinha direito às suas próprias terras, cujo rendimento era para seu consumo, assim como lhe era oferecida uma casa onde podia ficar instalado. A antiga casa do padre, além de casa de habitação do mesmo, já tinha sido utilizada como escola. As terras que pertencem ao padre, ainda hoje existem, sendo administradas pelos comissários da igreja. A casa do pároco foi remodelada recentemente, tendo sido convertida recentemente em sala de câmara ardente para possíveis defuntos.
Canavezes ainda hoje continua uma aldeia, bastante ligada à religião. A missa, ainda é celebrada todos os Domingos do ano. Existem uma festa em honra de Santa Barbara, que é celebrada no Verão, que geralmente, reúne muitos filhos da terra, sendo que a maior parte são emigrantes .


O trabalho

As pessoas trabalhavam de "sol a sol", os filhos estudavam apenas e só até ao 4º ano, ou 4ªclasse, como era assim dito na altura. Depois disso o seu destino era ajudar os pais na agricultura e na criação de gado. As pessoas, jamais se queixavam do trabalho, desde as vindimas, à apanha da azeitona e às segadas de verão, eram feitas sempre com muito suor, sempre regadas de vinho, o nectar dos deuses.
O azeite e o vinho são o ex libris da região, sendo que ainda hoje é comercializado e sempre com muita fama de bom produto. A alimentação era maioritariamente à base de batatas e grelos, e por vezes fumeiro característico da região, alheiras, linguiça e salpicão. As carnes eram conservadas nas designadas "salgadeiras", que se encontravam sempre em locais mais frescos da casa, geralmente, em caves. Mais tarde as salgadeiras foram substituídas pelos, frigoríficos e arcas frigoríficas.

O gado
A criação de gado, sempre esteve também muito presente nos costumes da aldeia, tanto gado caprino, como ovino e bovino.
Crê-se que no inicio os pastores de bovinos, criavam pequenas quantidades de cabeças de gado e todas elas se destinavam para a venda em feiras. Os bovinos, ainda em idade jovem, designados por vitelos. Feiras que merecem ser referenciadas como a feira de Carrazedo Montenegro, que era a mais perto, geograficamente da aldeia. Só mais tarde, já depois do 25 de Abril, os pastores começaram a criar gado bovino em maior quantidade, igualmente para venda, mas também para consumo próprio. O gado caprino sempre esteve em menor quantidade, conhecendo-se mais recentemente, nunca mais que um rebanho. Já o gado ovino, sempre houve em bastante abundância, conhecendo-se ainda nos anos 90, nunca menos de quatro rebanhos de gado. Actualmente só já existem dois rebanhos de gado.
Antigo Moinho, desactivado.

Para proceder à lavragem das terras, eram usados animais, geralmente burros, machos, mulas ou bois, nunca ou quase, nunca eram usados cavalos. Era graças a estes animais que o trabalho era feito, muitas vezes trabalhavam em par, chamando-se "junta". Eram ensinados desde jovens a obedecer, sendo necessário"amanssá-los" e também muitas vezes castrá-los.
Os burros eram os animais mais requisitados, por serem animais dóceis e mais fáceis de domesticar e ensinar, mas tinham menos força que os machos e as juntas de bois. Só mais tarde, já na época dos anos 90 do século passado, é que começaram a aparecer os tractores agrícolas, que vieram substituir estes animais, como animas de trabalho. Enquanto nos anos 60, quase todas as casas tinham uma junta, hoje já quase não existem, vêm-se apenas esporadicamente, pessoas mais idosas que fazem questão de ainda os preservar.

Pessoas
As pessoas de Canaveses, assim como as das aldeias vizinhas, são pessoas simples e acolhedoras, com as mãos cheias de cicatrizes e calos, que o trabalho jamais perdoou um único dia dos seus tenros anos. São pessoas, que viram partir os seus filhos, à procura de uma vida melhor, filhos esses que souberam desde cedo o quanto era difícil a vida na aldeia. Regressam uma ou duas vezes por ano, com grandes sorrisos estampados no rosto, cheios de alegria por voltar à terra que os viu nascer, e vão embora sempre com as lágrimas nos olhos, com um sentimento que soube a pouco, "para o ano, voltarei se Deus quiser".
Os pais desde cedo fizeram questão de passar a melhor educação para os seus filhos, gente de brandos costumes, sempre com a porta "escancarada" para quem quiser entrar.
Canaveses é um cantinho de Trás-os-montes, um cantinho feliz rodeado de montes, com terras e pedras que contam histórias.
Canavezes é uma lareira acesa durante o frio do inverno, uma azeitona que cai sobre o tolde, é uma uva, ansiosa por ser vinho. Canavezes, faz do sol o seu relógio, é o suor que encharca as camisas dos homens, e os cestos levados à cabeça das mulheres, são as crianças que brinca junto ao rio nas tardes de calor de Domingo. Canavezes é o cantinho onde vamos querer falecer, mas dizer:  aqui já fui feliz.

Trigo que nasce da terra
No fim de muita canseira
Como um filho é tratado
E se o trigo é um filho
Da terra que o fez medrar
Não pode mandar na terra
Quem a terra não amar.

Texto: Ricardo Ramos
NOTA: fotos presentes neste texto, foram retiradas aleatoriamente da internet, caso o autor das mesmas, pretenda que as retire, avise via e.mail. 




terça-feira, 10 de setembro de 2013

Retrato de um paraíso a preto e branco

A aldeia de Canaveses foi uma das muitas vitimas dos incêndios que destruíram o pais, no passado mês de Agosto.
O Incêndio que se Consta que começara para os lados de Vale de Égua, chegou mesmo a colocar casas em perigo na aldeia do Cadouço.

O fogo chegou mesmo ameaçar algumas habitações 
Contraste de alguma vegetação verdejante 
Mesmo assim parece haver vida na destruição

terça-feira, 16 de julho de 2013

Igreja Canavezes

Foto: Elaine Martins 

A igreja de Canavezes é um templo de arquitectura românica, supõem-se que a sua a sua construção seja do século XIII, tal como a maior parte das igrejas de Trás-os-Montes de planta longitudinal com 1 nave contrafortada.

As igrejas desta região dependiam muito do quadro social, económico e político em que se desenvolveu como a região denominada; Trás-os-Montes que fora uma região pobre economicamente, dai não possuir grande variedade de técnica.

 É caracterizada pela robustez (dada pelas paredes grossas, pelos contrafortes salientes e pelo uso da pedra aparelhada); pela grande sobriedade e austeridade, a nível formal e decorativo, pela cobertura com um telhado de duas águas; pela utilização do arco de volta perfeita.

Foto: Célia Lopes
No interior o telhado era de madeira policromada com decoração mural neoclássica. A pintura do telhado interior chegava a ser pedagógica, encontrando-se ao serviço da religião, transmitindo os ensinamentos e os princípios fundamentais da doutrina cristã, assim com passagens da biblia, que desapareceram com as obras de restauro.As naves estão ligadas através de dois arcos de volta perfeita classicistas e, tal como o resto da igreja, estão revestidas por um lambril em azulejo. Sobre o portal principal encontra-se o coro, ao qual se pode aceder por uma escada junto à porta principal.



A igreja, símbolo da espiritualidade da época, poderia ter estado ligada a uma ordem religiosa a um padre mais concretamente. Supõem-se que tenha estado directamente ligada á casa centenária que hoje pertence ao Sr. José Canavezes, dai similaridade dos telhados trabalhados que existiram outrora.



Os materiais usados nas construções religiosas,  foram as existentes em cada região: no Norte do país foi empregue o granito; ao contrário do que o acontece no Centro, o calcário; e no Sul o tijolo e a taipa;

Supõem-se que já tenha sido mandada rectificar mais que uma vez, sendo que a ultima vez tenha sido pelo Sr. Toninho Valpaços.

Padre Ismael
Foto: Célia Lopes

O românico português possui características fortemente rurais e está ligado à construção de igrejas de reduzidas dimensões, que dependendo da região, se revestiam de maior ou menor qualidade técnica e exuberância formal e decorativa;

Espaço: Rural, não isolada, encontra-se em terreno nivelado, envolvida por casas de habitação, com proximidade do ribeiro. Possui adro lajeado e empedrado a cubo granítico.

De destacar um homem que fez muito por esta igreja doando as suas terras á igreja, Isac Moraes é o seu nome, cujo o seu nome ainda se encontra nas portas do átrio da igreja.
Também o trabalho e dedicação do Padre Domingos que foi pároco desta freguesia e serviu a sua população, um agradecimento da comunidade mais jovem.
E por ultimo e não menos importante o Padre Ismael, que é um padre natural da aldeia e filho da terra.

Padre Domingos

O padroeira desta freguesia Nossa Senhora do Ó e a Senhora da Especulação.


Na altura da festa religiosa, as romarias transformam a pequena igreja numa enorme catedral de fé. O Santo Padroeiro e a hospitalidade das pessoas desta aldeia olharão por si durante a sua visita.



NOTA: A informação publicada disponível sobre esta igreja é muito parca, de momento não disponho de mais informação sobre a igreja em si, tipo ano de construção, mas logo que oportuno serão actualizadas nesta página. Quem eventualmente dispuser dessa informação, agradeço contacto para o email do meu perfil. Desde já obrigado.

Ricardo Ramos

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Cerca dos Mouros - Canaveses


Cerca dos Mouros como é assim chamada pelas povo, trata-se de um cerco, uma espécie de fortaleza utilizada outrora por outros povos que habitaram a Península Ibérica.
Apesar de ser apelada erradamente como cerca dos "mouros", na verdade esta fortificação os castro não pertenceu em nenhuma vez aos mouros.
 A fortificação foi construída possivelmente na idade do ferro. Só para se ter uma pequena ideia a idade do ferro ocorreu no período de mais de1000 anos antes de Cristo e provavelmente ou não, poderia ter sido aproveitada por outros povos, tal como os romanos. Mas sem certezas, pois não existem estudos arqueológicos que o comprovem. A verdade é que aquelas paredes agora caidas, foram feitas há muito tempo.

 http://arqueologia.patrimoniocultural.pt/?sid=sitios.resultados&subsid=58133


O nome dado a este tipo de fortificação é Castro, autentica fortificação Castreja.Característica das montanhas do noroeste da Península Ibérica, estes povoados eram construídos em forma de circulo tanto a muralha como as respectivas casas, elaboradas tanto em granito ou xisto quase sempre.


No que toca ao tipo de Arqueologia, esta tal como as outras fortificações está situada no topo de um monte.
Mesmo na fronteira da Aldeia de Canaveses com Jou.  Utilizaram assim uma defesa natural que permitia um controle táctico dos campos em redor, esta particularmente tem várias "fragas", pedras, calhaus enormes que foram usadas como muralha natural. Sendo que só tiveram de construir a outra parte ou seja metade da muralha, poupando assim imenso trabalho.

Tal como é característico havia sempre uma ribeira por perto onde era possível aos habitantes guardarem agua dentro da muralha para por vezes resistirem aos cercos. As casas são todas circulares, de 3 a 5 metros de diâmetro, feitas de pedra e o telhado seria feito com colmo. Mais tarde com a evasão dos Romanos os castros vieram a ser grande parte deles destruído, mas alguns foram ainda reaproveitados pelos romanos como espécie de quartel ou simplesmente pontos de vigia. 
Actualmente encontra-se "ao abandono" devido ás pessoas das aldeias próximas, terem utilizado muitas das pedras existentes da muralha, para utilizarem para outros fins. Ainda assim consegue ter uma percepção de como a fortificação protegia as pequenas habitações existentes ao longo do circulo da muralha.
Grande parte da muralha artificial, esta no chão e considerando que essa mesma muralha lhe foram retiradas grande quantidade de pedras pelos locais, podemos dizer que a muralha teria uma altura considerável, pelo menos a parte mais oeste. 


É importante referir que nunca foi elaborado qualquer estudo sobre o local. Existem ainda populares que afirmam que outrora se poderiam encontrar artefactos.
No site do município de Murça refere que a Cerca dos Mouros pertence á freguesia de Jou, ainda assim enviei um e.mail á autarquia a pedir informações mas sem resposta.

Acesso:A unir a aldeia de Canaveses e estrada 314, perto da aldeia de Vale de Égua, encontra-se um largo estradão de terra batida. A meio caminho toma-se à esquerda um caminho de terra batida que segue para Sul e que leva até ao sopé do povoado
Adenda: Existem ainda poucas fotos, assim que tiver tempo postarei mais fotos do local


Ruínas do que resta da muralha da "Cerca dos Mouros" dá para ter ideia da grossura da muralha.


Paisagem Envolvente; vista do cimo da "Cerca dos Mouros"
No percurso para a Cerca dos Mouros somos acompanhados pelo Rio Lila que corre em direcção á aldeia, este proveniente do vale de Revides perto da aldeia do Castelo
Riacho




Muralha Natural






Típica fortificação castreja 








Carta arqueológica